quinta-feira, 30 de abril de 2015

Carta de peito aberto, para o meu amor e em diálogo contínuo e frenético com Matilde Campilho


Tem dias que você surge num silêncio bom, como se o meu quarto tivesse um cheiro de alguma fruta recém tirada do pé e tocada à boca. E vens sempre em forma de fragrância adocicada de uma lembrança que penetra noites, tardes e madrugadas, que dialoga com o soar do vento que entra da janela do lado esquerdo e se une à leitura daquele poema que me faz sorrir - e ora, invejar a genialidade do escritor-monstro lido da vez. Segundo Matilde Campilho o amor é um animal tão mutante e com tantas divisões possíveis (ainda bem!); quando ele aparece pode ser igualado à forma física do mercúrio, daqueles em termômetros, e quando o vidro deste se quebra e o elemento químico se espalha, se divide pelos salões de todas as festas (deve ser relativo aos arrepios e diversão, sentimento teso e vibrações) e, por final, há mais de 5 mil explicações possíveis para esse sentimento, essa minha, de lembranças com cheiro de maracujá docinho, ou melancia gelada, deve ser somente uma delas.

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