O meu processo de entendimento das coisas da vida é lento e defeituoso,
semelhante a minha cicatrização quanto aos cortes físicos com pontas de facas
ou às tatuagens e piercings que resolvo manter como uma espécie de “modificação
e diferenciação” dos outros. Agora que me dei conta, tentando levantar um breve
historio sobre o eu, concluo:
Só aprendi a lógica da matemática nas férias de final de ano, quando
estava prestes a iniciar a 4ª série – enchi um caderno antigo com contas de
multiplicar e dividir (as mesmas que me não me permitiram ir ao recreio por UM
ANO inteiro, por não acertá-las, finalizá-las, seguir em frente, na terceira série, uma espécie de punição ditada pela professora
Adriana que sempre gritou tão alto comigo (por anos a odiei))...; sempre fui bom em acentuar
palavras, porém, de fato só apreendi o processo quando já um adolescente velho
(meio que um estalo de luzinhas acima da cabeça, como nos desenhos animados);
feridas de amor permanecem escondidas, nós que damos ou não a devida
importância à sua existência (ideia concluída ontem, enquanto gravava um áudio
para um amigo que sofre de desamor crônico); os contos de Caio F. Abreu são de verdade
(sofridos na carne minha), a poesia é de verdade (idem), a literatura é uma
doença contagiosa e pungente da verdade (repetições). Eu sou um monstro do amor
que teima em permanecer vivo (até quando? Essa ideia foi devidamente
compreendida por mim?).
Amanhã é segunda feira e eu vou tentar acordar o mais tarde que puder para
quem sabe assim, sonhar por mais tempo. Ser ilógico é um processo da vida,
defendido por mim. Paro tudo o que disse: me desdigo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário