Lembrei do dia que estávamos no sofá da sala diante da
dúvida cruel de qual filme iríamos ver naquela noite. Entre risos e
brincadeiras bobas que, consequentemente, nos trazia mais risos bobos, fomos
felizes no mais firme sentido da palavra. Eu observo os mínimos dizeres para
depois metamorfoseá-los em presentes maiores embrulhados com fitas de cetim
formando um laço que muitos simplesmente só desatam. Talvez seja um erro incurável da minha parte,
é que aprendo todos os dias, como me destacar diante do ínfimo, já que sou eu
(ou sempre fui?) todo composto por partículas do ínfimo. A pequenez das coisas
tornou-se então uma filosofia de vida, uma vida regida pela poética dos
pequenos grãos.
Pra mim os mínimos dizeres vão sempre significar explosões.
E eu prosseguirei.
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