terça-feira, 5 de abril de 2011

Mimese

  - Não quero limitado ser, sei que tenho em mim espaço para o infinito e, por assim ser, então, sou do estrago, sou dos detalhes das meninas dos olhos dos outros do jeito que o diabo gosta. Abraço o infinito e curvo-me às paixões desesperadoras, daquelas que não são encontradas em latas nas prateleiras dos botequins de rua.
 - Vejo que tu consegues ver a menina dos olhos!
- (No fundo tenho nojo e pode ser de mim). Nojo de ser eu assim, tão incrivelmente amabilíssimo que acredita em todos e vê verdade nas folhas amareladas do outono. No fundo, quero eu, ser como o frio sincero do inverno e não me contentar quando o vento limpo da primavera e o calor que vem de dentro, no verão, me confortem, me amem, me gozem e me sujem, falando amor baixinho, no ouvido enquanto me fodem por trás. Quero sujeira!
- Às vezes você é sujo e nada linear.  Fala de Deus, tenta brincar com a calma.
 - Então tá, vamos lá : Não descanso, meu Deus, não descanso porque sinto que se parar, a poesia sai de mim, viverei eu, vegetando igual coisa que de tão esfarrapada que é, recebe apenas o nome de “coisa” e quase fica fora da linha do pensamento gramatical do meu português falho. Meu Deus, eu só quero a tua mão pra me acalmar. Tenho estado tenso e fora do meu eixo normal. Pareço “coisa”.
 - O que é isso tudo?
 - Sou artista enquanto coisa, o xorume da coisa, baby.  Sou a mimese do lixo e da sujeira no canto da parede. Mimese de um mim falho!
- Arte é sentir e esta agonia de escrever, presa no peito feito um susto não exalado, é arte.
 - Isto talvez seja somente carne suja de poesia escarrada!

Um comentário:

sabrina menedotti disse...

quer um conselho
super autonomo?
manda a Mimese ir pra puta que pariu e vamos todos dormir á sombra da diegese.

( que os deuses me ouçam)

beijo,amor.