quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O direito ao grito



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Você já esteve, ao menos por frações de segundos, a pensar que estava ficando louco? Pois eu definitivamente tenho me familiarizado com tal pensamento a cada tic-tac.
Eu sinto que devo ler diversas coisas, devo pensar em trilhões de “salvação” para minha alma, devo assistir a todas as aulas sobre tudo da língua, aprender e ficar em paz. Devo ser e seguir o tão horripilante “padrão cor de rosa” do mundo. Eu sinto, eu devo, eu quero, meu Deus, isso tudo necessitaria acabar.
Eu somente estou pronto para gritar o mais alto que minhas cordas vocais possam aguentar. Eu preciso urgentemente desesperamente gritar o mais alto, meu Deus!
Eu mereço socorro, eu mereço perdão, eu mereço tudo que me faça melhorar e me tirar da certeza de que eu definitivamente estou enlouquecendo, definhando, cansado demais, eu estou morrendo...
Cheguei a um ponto em que não consigo (eu mesmo não consigo, meu Deus) distinguir se meu grito é de lamento, socorro, ou de morte definitiva - pois morte aos poucos, pedacinhos, eu já tenho sofrido/vivido e tem sido tao ruim...ruim demais. Eu não consigo nem dizer quem eu sou, se é que sou o já fui alguém. Eu só sei que eu não sei.
Tudo em mim é tão amor.
Eu tenho tudo e quase todos e mesmo assim eu só quero gritar e ninguem vê, meu Deus, me salva.
Eu preciso gritar nem que seja o meu único-último grito presenteando ou aterrorizando o mundo. Eu preciso gritar, quem sabe assim, eu poderei ir embora em paz, mesmo não tendo certeza alguma do que significa esse “ir embora”. So tenho a certeza que tal “embora” não constitui uma aglutinação de em+boa+hora. Disso tenho certeza!
(voltei a escrever poesias. Tenho agora, uma coleção delas, somam mais de 40, isso tudo em dois dias. Tenho escrito, tenho me salvado, tenho estado calmo.).

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