sábado, 26 de setembro de 2009

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Acordei com você do meu lado, em meu quarto, sôfrego, e no dia anterior me sentindo mais vazio dos seres. Abria os olhos e estava lá você, do meu lado, com um chocolate em minha direção. Eu, sem reação - pois não espera e tinha lá as minhas dúvidas se era real -, parado estava parado ficava. Você então deitava, sem fala nada para o mundo, falava apenas em meu ouvido: posso deitar, meu garoto? E o meu sorriso meio que de lado, meio que sem ação e sem graça era a respota do todo. Deitou, encostou em mim, olhou dentro de meu olhos. Beijou-me como antes. Prendi o choro - lágrima nenhuma iria transmitir o meu vazio naquele momento - mas, inveitavelmente, lágrimas de felicidade foram expulsas com tamanha velocidade, sutis, intensamente. Nos beijamos com tamanho ardor que jurei por na cabeça que depois que tudo acontecesse, teria eu medo de mim mesmo de tão loucamente que me entreguei.
- eu estou quente, muito quente mesmo. É você do meu lado. Não creio que estou te sentindo novamente. Eu estou entrando dentro de você com os meus olhos também. Meu coração enlouquece. Eu quero falar mas não sei o que dizer.

- sente.

- sonho acordado? Me fala, sou bobo demais pra perceber sozinho.

- está sentindo?

- sim.

- não importa então, realidade ou irrealidade, sentes, sentir é o mais importante. Sente.
- novamente, e creio que sou uma pessoa de muita sorte, já sei como é estar no céu, pela segunda vez.

Um comentário:

Laise Souza disse...

Adorei isso. Também acho que, às vezes, o mais importante é sinteir. E o resto? Que se dane!