quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Estive pensando cá com minha bagunça interior: eu comecei a ler e a escrever, lá no começo do ensino médio, pra tentar ser bom em alguma coisa, poder me orgulhar de algo bem feito que eu poderia fazer (e no fundo, eu sabia que poderia me orgulhar disso tudo um dia – como já tem acontecido). Mas no fundo, o lance de me fazer alguém melhor (claro, aliado à poesia e essa sensibilidade crescente em mim todos os dias) está o fato do amor em dose de permanência. Eu viajo, fujo de mim, passo dias na folia de Momo com cerveja na mão (correndo das brigas ao redor, em pé nos ônibus cheios com pessoas catando músicas bizarras, tomando chuva, ficando bêbado, mijando nos cantinhos das paredes, sol escaldante, tomando pouca água, com medo de cagar nas calças, perder o sapato) e até, entre a escrita de um poema aqui e ali, projetado como consequência de alguma imagem vista nos lugares por onde passei, estive eu pensando no amor que carrego no peito, um misto de saudade, energias boas emanadas do eu a km de distância física para você (e ela, e ela de 4 patas). O desejo de te ter comigo foi (e é) tão frequente que sorria ao imaginarmos juntos no meio da 13 de maio sujando os pés de lama e urina alheia, comendo churrasco de procedência duvidosa, contando os centavos pra mais álcool e rindo – em demasia constante – com os amigos que estavam do lado, conectados na mesma sintonia. Amar faz de mim um bicho menos estranho e mais classificável, e isso é incrivelmente bom.

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