sábado, 27 de dezembro de 2014

o amor faz da minha língua um trampolim sem fim
escorregando pra dentro, engulo a vida
viscosa
&
quente.

nos dias de sol e noite, vejo avalanche, sou gozo, funduras,
aprendo a velejar nos sonhos pela manhã: quando sou acordado com o barulho que a cama faz do lado do outro – ao levantar; à tarde, quando percebo que a luz do dia findou-se e a quentura dos corpos ramifica-se; na madrugada quando os meus pesadelos-sustos-e-gemidos somem com abraços de mãos recém dormidas e palavras que saltam da boca sem muitas certezas do que são, mas com toda certeza do que precisam ser.

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