Diário de mim:
sábado,
15 de março de 2014, tarde. Caminho pela estrada de barro, segurando uma
coleira azul ligada à minha cadela que sente extremas vontades de realizar os
seus atos fisiológicos. Vou sentindo o vento, em silêncio, com os olhos semicerrados,
me questionando:
- tanta intensidade não pode ser por acaso. Quero certezas de que a vida não seja somente isto: instante-já. (Carrego uma espécie de feto desde os 13 anos e, após apodrecido, incomoda furando a parede do meu estômago?)
- tanta intensidade não pode ser por acaso. Quero certezas de que a vida não seja somente isto: instante-já. (Carrego uma espécie de feto desde os 13 anos e, após apodrecido, incomoda furando a parede do meu estômago?)
Ela então
defeca e com as patas dianteiras, faz um movimento raspando o chão que
automaticamente interpreto como sendo um exagero de contentamento canino. Ela sim
é feliz. Voltamos. Vento no rosto me lambuzando com o seu barulho bom nos ouvidos,
olhos entre abertos novamente, mais perguntas, mais deduções, enfim em casa e
com fome estomacal, pois desde às 10h nada pusera dentro de mim.
Levantarei,
vou escovar os dentes, língua e, das duas uma: ou vomitarei tudo de uma vez,
como quase sempre faço, ou vou parar de cuspir, aos pedaços, o incômodo de ser que paira nessa tarde de sábado, 15
de março de 2014.
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