- Ontem eu não dormi, passei a
noite em claro. Virava e revirava na cama, tentando me cansar de todas as
formas, mas nada de sono. Milhares de pensamentos flutuando, um olhar pro teto
que nunca cessou, um nó e secura na garganta que talvez incite a minha falta de
palavras. a palavra me atinge assim, fisicamente. Pela manhã, já cansado de
travar batalhas com o sono, resolvi levantar. Fui ao banheiro. A secura ainda
presente na garganta. forcei um escarro, cuspi sangue na pia. Tomei um banho de
cabeça e agora estou aqui, te escrevendo esta carta que não sei aonde pode me
levar. Quer dizer, sei bem: um suspiro de esperança capaz de talvez me salvar
do dia. Eu que sempre atrapalhado e introvertido, preciso ser salvo por todos. É
uma espécie de pedido de socorro juntamente com uma marca de pecado de
nascimento: precisar da mão de todos.
página 20.
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