sexta-feira, 12 de julho de 2013

- criei um eu lírico:
E ainda bêbado, ele sobe as escadas cantarolando uma música qualquer de que gosta muito. Meio breve, meio centrado no brilho do chão, meio toante tendo assovios como complemento. Os não passos dos vizinhos, o incomodou; o silêncio da sola do sapato também. Enfim chegou, subiu, penetrou a chave já gasta na fechadura de solidão fixa e impermeável. Fez menção aos seus sexos, ao encaixe de veias sanguíneas em outras sanguíneas veias, ao sexo antropofágico, ponto. Tomou banho, bateu punheta – e repetira o mesmo feito na manhã seguinte – cansou, deitou solitário por entre a cueca suja de esperma que nunca ganhará vida. Notou o cheiro de chulé no pé, unhas grandes, boca seca, uma leve fome. Paro por aqui.  

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