[...] saiu da loja, fazia frio, comprou chocolate e caminhou
em direção a tristeza ritmada do mar. Volta e meia percebia que pisava em algo, a mesma
sensação de quando um maldito chiclete gruda na sola do sapato. Não era
chiclete nenhum, era uma cauda grande e felpuda, semelhante a de uma raposa
vermelha. Não saberia descrever se a tal cauda complementava na cor da sua
camisa xadrez flanela vermelha ou no seu Converse azul escuro. Não sabia, só
sentia - não necessariamente algo voltado pra composição de cores, entende? Ela era felpuda e se chamava soletude. Parou. Foi deitar às 210832 com
dor no estômago pra mais um dia de caudas. Amanhã eu saio de verde musgo, dizem
que combina com vermelho-cauda-raposa-vermelha.
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