domingo, 28 de abril de 2013


- Não quero te assustar, mas sempre te pedirei pra me falar algo que venha do mais íntimo de suas verdades, algo que classificarei como instante. É meu jeito de querer parar no tempo e zerar os ponteiros do já vivido, ressurgindo do zero. De alguma forma tentando ser alguma coisa outra que não a que já ando sendo, entende?  Pedir-te instante é a minha obra de arte mais conclusa e importante, pois ela me saciará de vida e de vida ando precisando há todos os instantes porque quando me pego sendo eu, em múltiplos momentos, rumino em leves explosões internas e desisto das formas de vida ao meu redor, dentro de mim. Ser eu é como uma pitada de desespero solto no mundo, desvairado, quase sempre com sustos e um amor pesando quilos quilométricos no peito que arfa, arfa, arfa e cai. Preciso do teu instante agora, cede-o para mim? Caso contrário, chorarei a dor da lamentável e insustentável vida de mim, por agora. Eu sou um monstro perdido no emaranhado das horas, perdoe-me os pronomes possessivos.
- instante 1: (em andamento).

Trecho do “algo” que está sendo tecido com calma e várias palavras formando um diálogo dos dias. Página 5, 2013.

Um comentário:

A. Everton Rocha disse...

aposto que será maravilhoso, pois isso que disse sei, assim como outros que leem, mas você o disse maravilhoso, apenas, e isso o faz bom.... quero lê-lo expresso logo!