- Não quero te assustar, mas sempre te pedirei pra me falar
algo que venha do mais íntimo de suas verdades, algo que classificarei como instante. É meu jeito de querer parar no
tempo e zerar os ponteiros do já vivido, ressurgindo do zero. De alguma forma
tentando ser alguma coisa outra que não a que já ando sendo, entende? Pedir-te instante
é a minha obra de arte mais conclusa e importante, pois ela me saciará de vida
e de vida ando precisando há todos os instantes porque quando me pego sendo eu,
em múltiplos momentos, rumino em leves explosões internas e desisto das formas
de vida ao meu redor, dentro de mim. Ser eu é como uma pitada de desespero
solto no mundo, desvairado, quase sempre com sustos e um amor pesando quilos
quilométricos no peito que arfa, arfa, arfa e cai. Preciso do teu instante
agora, cede-o para mim? Caso contrário, chorarei a dor da lamentável e
insustentável vida de mim, por agora. Eu sou um monstro perdido no emaranhado
das horas, perdoe-me os pronomes possessivos.
- instante 1: (em andamento).
Trecho do “algo” que está sendo tecido com calma e várias palavras formando um diálogo dos dias. Página 5, 2013.
Um comentário:
aposto que será maravilhoso, pois isso que disse sei, assim como outros que leem, mas você o disse maravilhoso, apenas, e isso o faz bom.... quero lê-lo expresso logo!
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