Preencher-me,
diluir-me, teletransportar-me ao desconhecido da maré baixa, do escuro soturno
do pico da montanha, do mergulho no dentro de mim mesmo, para as páginas do
livro D’le. Assustar-me sem as retinas completamente serradas, as cortinas das
pupilas em close sem luz, no barulho do gato caindo do telhado e cachorros
latindo ao defender a idéia do perigo. Evaporar-me, feito fumaça produzida no
ato de beijar, ora contínuo, ora forçado das ondas à areia nem sempre branca: mas
todos os dias. Correr-me pra longe de mim, de ti, consigo. Transgredir-me à
transformação do dia, à metamorfose da fotografia em preto e branco, do diafragma
assustado, apressado, dolor. Dos adjetivos sorumbáticos, pungentes, das páginas
dos livros do ferir. Ferir-me masoquistamente por ainda não ter aprendido a
ditar. Soluçar-me às quedas, pessimismo, leituras incorretas, não color.
Fim-me, ir-me, circular-me, inventar-me feito conto de fadas, feito música de
disco arranhado, passos sem sentidos.
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