sexta-feira, 15 de março de 2013


Metaamorfase

Hoje acordei diferente. Estou defeituoso, galhos brotaram no lugar dos cabelos, meus dentes viraram presas, levemente sinto o gosto do sangue na boca, o coração comprimido de tanto querer, o estômago de cabeça pra baixo feito os grandes trapezistas sem medo. A semântica do ar tem se transformado em silêncio. E o pouco de medo que ainda me resta talvez cresça por eu não saber o que vai ser de mim e dessa transformação ao longo dos meses porvir. Vou desligar-me do que ainda nem sei, tirar a poeira do Kafka e voltar a usá-lo como manual de instruções, dedicar-me a poesia que se contorce - porque assim vai ser; finalizar os textos com um ETC. grafado num indefinido perigo do dizer. 

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