Desconsiderações de uma
madrugada modo off:
em silêncio
permanente de mim e das coisas vago na noite;
meu trabalho
de agora é caminhar do quarto até a cozinha na tentativa de que o próximo texto
se aproxime sem culpa nem timidez: por isso já tomei quase 2 litros de água,
sou um péssimo farsante;
inferno astral
é o nome que dei ao rabo, longo e felpudo que tem nascido em mim;
que o
amor me salve, que a poesia incida em disparato, que a vida não me abandone;
poesia:
ciência minha;
Só, de Antônio Nóbrega é considerado o livro mais triste de Portugal. Virei pro
lado e ele está numa posição diferente a que costumo colocá-lo, na minha mini
biblioteca do caos. Parece até que está inquieto, quer pernas pra sair
correndo? não, está velho demais, as letras estão escorrendo junto com um
líquido viscoso: é lágrima de
poesia?
o filme
argentino de agora me convidou para andar de mãos dadas nesta noite: de uma
delicadeza ímpar, apressei o beijo da narrativa homo em meio às cenas de
silêncio e de prédios fotograficamente pensados também por mim;
- Cariño,
te fotografei sem que percebestes e quando fui revelar, senti mais saudades: quero te beijar. Tu
estás lindo, postei no portfólio para que todos vejam você, mon petit noir et blanc;
acabo de
ler um poema de Sylvia Plath, muito forte por sinal e lembrei-me
das primeiras palavras que li em seu diário, que tenho, aqui do ladinho, na
minha mini biblioteca do caos: “tenho a
certeza de que nunca serei feliz, mas hoje me sinto contente.”
vou à
cozinha tomar mais água.
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