sábado, 23 de fevereiro de 2013


Desconsiderações de uma madrugada modo off:

em silêncio permanente de mim e das coisas vago na noite;

meu trabalho de agora é caminhar do quarto até a cozinha na tentativa de que o próximo texto se aproxime sem culpa nem timidez: por isso já tomei quase 2 litros de água, sou um péssimo farsante;

inferno astral é o nome que dei ao rabo, longo e felpudo que tem nascido em mim;

que o amor me salve, que a poesia incida em disparato, que a vida não me abandone;

poesia: ciência minha;

, de Antônio Nóbrega é considerado o livro mais triste de Portugal. Virei pro lado e ele está numa posição diferente a que costumo colocá-lo, na minha mini biblioteca do caos. Parece até que está inquieto, quer pernas pra sair correndo? não, está velho demais, as letras estão escorrendo junto com um líquido viscoso: é lágrima de poesia?

o filme argentino de agora me convidou para andar de mãos dadas nesta noite: de uma delicadeza ímpar, apressei o beijo da narrativa homo em meio às cenas de silêncio e de prédios fotograficamente pensados também por mim;

- Cariño, te fotografei sem que percebestes e quando fui revelar, senti mais saudades: quero te beijar. Tu estás lindo, postei no portfólio para que todos vejam você, mon petit noir et blanc;

acabo de ler um poema de Sylvia Plath, muito forte por sinal e lembrei-me das primeiras palavras que li em seu diário, que tenho, aqui do ladinho, na minha mini biblioteca do caos: “tenho a certeza de que nunca serei feliz, mas hoje me sinto contente.”

vou à cozinha tomar mais água.

Nenhum comentário: