domingo, 17 de fevereiro de 2013

Deitaram na cama. Ele lia um romance sobre amores possíveis. Ele, o outro, inquieto, não ia dormir sem falar, batia os pés em passos ritmados e desaventurados, queria dançar. e falou:
-confia em mim, você vai sorrir. Não me pergunte como tenho tal certeza, talvez não a tenha, também não pense somente que lhe digo palavras de um agora aleatório, jogado pra fora no calor das emoções. A minha certeza maior é a do gostar em ritmo fixo de poesia sem compassos, amor de agoras, de ontens, de meses vindouros que esquenta a vida do peito que cochicha no ouvido “te quiero” não importando o seu gosto musical, seu partido político, suas crenças religiosas; meu querer é pulsado numa frequência elaborada de vontades e olhares que beira a calamidade do meu ser, que repito, é de poesia do gostar até de olhos fechados.

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