levantou com uma fresta de luz nos olhos, numa cama que
não era a sua; no domingo. Ainda sentia o estômago pesando em decorrência da
bebida da outrora madrugada com os amigos. Um chorava mudo pelo antigo amor,
parecia um disco de CéU, duas das beijavam-se freneticamente,
engoliam-se em puxões de cabelos e olhos que denunciavam lascívia contente e
risinhos descarados de excitação, de querer, de variados tons; o último deixou
cair os olhos dentro dos copos frenéticos de cerveja, aos goles vários. Comia
coração de galinha, triturados fervorosamente nos dentes-navalha, sem pena.
Além disso, desmentia toda a música ninguém vai tirar você de mim,
do álbum o inimitável, de 1968, pra mim, focado nos meus olhos
negros de pupilas escondidas com a máxima verdade e com sorriso de boêmio
safado. Bebi água, parei com o álcool, sorri como se fosse brincadeira.
Um comentário:
Os olhos do eu que passeiam como uma camera na cabeça de uma serpente capturam o momento de multiângulos.
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