quinta-feira, 6 de dezembro de 2012


Os corpos dos afetos
querem banhar-se
na linha contínua
dos arranhões nas costas
do pré-pós-gozo;

dos sorrisos vindouros
do amanhã, em plural,
nascido e embalado
pelos braços enroscados,
os dedos em tons de sol.

os corpos dos afetos
gritam com cheiro de vinho
a madrugada aos uivos
e digladiam-se
com o peso dos olhos escuros:
pedem bis,
rolam no chão,
chupam-se com poesia.

e no final,

os corpos dos afetos
insistem em manter a sanidade
do gostar ainda viva
entre idas e vindas,
km e línguas,
vontade dos braços
enroscados no amanhã
em maiúscula.

Um comentário:

Larissa Bontempi disse...

que coisa mais divina esse poema.