terça-feira, 9 de outubro de 2012


Tenho guardadas -
na caixa de amoras
que fica prensada
nos dedos dos pés -
palavras mudas
que escapolem
a todo momento
numa fuga fria
e clandestina.
Vai crescendo
de dentro da cabeça,
como meus cabelos.
            Tenho fome
de não sei do quê.
              Minha música
é ranger os dentes,
minha paz
está em molhar
os lábios
com a língua alheia
que encontra-se na Oceania,
fazendo parte
da minha colcha de retalhos
chamada retórica.

Um comentário:

Larissa Bontempi disse...

tô sempre voltando pra reler este poema.
a proposito, ele ficou esteticamente belo, percebeu? :)