domingo, 7 de outubro de 2012


Queria postar hoje. Na verdade postar é uma precisão tão estranha que parece ter vontade própria, mesmo sendo redundante tal afirmação. Mas não deu, não consegui completar os versos, duas estrofes começaram a brigar e não deu certo. Fui apartar, mas não deu jeito. Ausência entrou em conflito com a Permanência e o Medo do coração falhar, conflituoso como é, saiu batendo em todas as palavras de vogais fortes e vibrantes. Achei que era muito complicado ter que lidar com essa mistura nada comportada, então, por isso, resolvi deixar a poesia pra outro dia. Vi o maravilhoso Café Müller, de Pina Bausch, Buñuel e li um pouco de Virginia Woolf – incrível com o cerrar de olhos. Agora, Meat is murder, da The Smiths, toca na playlist e eu fico por aqui ansiando novos ares e destreza o suficiente pra poder lidar com a palavra que é uma louca desvairada e sempre vai dizer. Tenho mais pra falar, coisas que envolvem alma, amor e outras bugigangas, porém já são 00:08. E não falar, ao menos por agora, pode resolver muita coisa.

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