Fotografia III
Daí
a gente deita
a cabeça pesada
no travesseiro de
pedra.
Pensa e deseja.
Levanta e bebe
água.
Chora, talvez, um
grunhido nasal
arranhando por
dentro.
Enrola-se dos pés
à cabeça
com receio –
talvez medo –
de levantar no(s)
dia(s) seguinte(s).
Chora mudo, como
nas outras vezes.
Segue deitado,
lambusado de
ausência e outras derivações.
Não dormirá por
noites:
(por conta da)sensação
de outrora.
Uma fotografia da
falta
torna-se moldura
na parede do
quarto.
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