quarta-feira, 3 de outubro de 2012


Fotografia III

Daí
a gente deita
a cabeça pesada
no travesseiro de pedra.
Pensa e deseja.
Levanta e bebe água.
Chora, talvez, um grunhido nasal
arranhando por dentro.
Enrola-se dos pés à cabeça
com receio – talvez medo –
de levantar no(s) dia(s) seguinte(s).
Chora mudo, como nas outras vezes.
Segue deitado,
lambusado de ausência e outras derivações.
Não dormirá por noites:
(por conta da)sensação de outrora.
Uma fotografia da falta
torna-se moldura
na parede do quarto.

Nenhum comentário: