Escombro
Ontem vomitei a
palavra grandiloquência.
Vendo-a no chão,
sozinha, pedindo arrego
perguntei se não
gostaria de seguir comigo:
Ficaríamos
sozinhos juntos.
Apanhei, letra por
letra do chão, e fui engolindo devagar.
Grandiloquência pensa
ser dona do mundo:
Ela não sabe se
vai ou se fica -
se estrangula ou se finca.
Detém de uma
bipolariadade surpreendentemente inquieta:
agora tá gritando
pra sair novamente.
Coitado, há anos
que não tenho estômago pra mim
O que farei com
essa gravidez de excessos,
caos debatendo-se
com suas oito patas
no escuro de
dentro,
Já que apenas
vomitar não basta?
Queria eu saber me
vomitar
ou ter segundas e
terceiras chances.
- Nada de indigestão
ou brincadeiras com a bili, mocinha!
Amanhã eu só quero
acordar outro,
não importando a
matéria do escombro
que versará estômago,
sinfonia e coração.
2 comentários:
" Queria eu saber me vomitar
ou ter segundas e terceiras chances."
ah, acontece muito por aqui tambem.
ah, me identifiquei com os acessos de bipolaridade. E com essa vontade de poder me descartar após um dia ruim e acordar renovada no outro. Lindo poema =)
Postar um comentário