Hoje eu não quero dormir. Deitar vai ser insuficiência para
poesia de mim. Dedos e pálpebras consolidam um balé estranhamente em composição
de fricções. Corpo pede sossego, cabeça em disparato, quer correr pra longe do
estar e viver a permanência do ser. Contradição é salto ontológico. Vou fazer
uma xícara de chá. Esperem-me. A noite toda se construirá em tons de eu, poesia
e a enorme liberdade (que me foi dada
assim que pelos cresceram, voz engrossou), sendo ela um cálculo matemático
mirabolante - daqueles que pra mim, não
passam de hieróglifos chineses, não servem pra muito -, sem saber eu o que
fazer com ela, para onde correr.
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