Desfragmentou-se toda. Pausadamente respirou fundo aos
goles fartos de suspiros. Ia tossir, mas atrapalhou-se e resolveu falar, porém
também não deu certo, enganchou-se com a primeira letra. Na verdade fonema. Era
um fonema estranho. Mas só interjeição. Então
foi a vez dele levantar. Sentou na cama, olhou pro teto e baixou a cabeça
lentamente. Meio sonolento pensou em pegar algo na geladeira, tomar água,
dormir assim mesmo, puro gozo. Olhou para ela e disse adeus com os olhos. Ela não
entendeu e então sorriu, um choro mudo, mas segurou-se. Levantou, foi fazer um
café. Quando voltou estava sozinha com a vasta imagem dos carros na madrugada.
Não sabia o que fazer com tanta liberdade.
ao som de Morrissey e o frio frenético do ventilador na madrugada.
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