quarta-feira, 25 de abril de 2012


O peito bate na porta: a porta não abre. O peito grita e balança o rabo de contentamento: nada! Está frio lá fora. A consciência martelando - numa espécie de gerúndio insistentemente vadio, sem razão, inconcluso, a golpes e goles fartos - a expulsão de novas palavras para a completude dos ciclos. O peito cala, a porta não abre. A melancolia entra em cena, os olhos já ardem de sono da noite anterior. O rabo congela, não quer mais balançar: vou pegar as minhas trouxas-tralhas e caminhar na rua do sono até amanhecer, escutando o barulho do relógio e Kid A. trancarei os processos enfadonhos que não estão dispostos a embarcação alguma. As velas rasgadas, apagaram-se. Sento na calçada, vejo um rabo congelado, estou com o meu casaco na bolsa. Jogo a chave da consciência no emaranhado da lama. Chove, além do ponto.

Um comentário:

Sampaio disse...

"gerúndio" é acentuado porque é paroxítona?! E "paroxítona" é um proparoxítona?!