terça-feira, 3 de abril de 2012

[...] queria mesmo que as palavras da minha boca saíssem como um espetacular pulo de um gato: livre, obstinado, preciso! Ao invés disso, trotam feito mula manca, cavalo doente da pata. E eu nem preciso falar qual a serventia que tem um quadrúpede com a pata machucada. É arrepiante saber que cavalos são mortos quando machucam seriamente a pata. A paciência não entra em voga e a crueldade humana só quer saber de ganhar tempo.
E eu nem preciso falar do cavalo que tem dentro de mim, não é? Preto, vistoso, grande e fortemente brilhante nos seus passos largos.
Queria ser notado, pernas próprias pra sair correndo. Uma língua de 20cm que tivesse vida e brincasse com as palavras de forma absurdamente real e segura. Sem precisar se preocupar com a pronúncia, ou ter que discutir com o próximo o meu conhecimento a respeito dos verbos intransitivos e a nada complexa concordância gramatical. Logo eu, que nem em vida sem concordar.

Nenhum comentário: