sábado, 15 de outubro de 2011



Dormi bem, sonhei bem, respirei bem - tive um pouco de fome na madrugada: fagulhas, apenas - e tudo que compõe o ciclo de calmaria do existir, existiu e esteve presente. Ah, teve poesia também, claro. Senti Manoel de Barros falando baixinho em tons de passarinhos e alegrias de gosmas de lesmas e sorrisos de caracóis e sua solidão de parede. Poesia é força motriz que me levanta e diz a classificação do bicho letra-sentir que sou. Hoje teve sol, poucas vozes, desejo ainda maior de bem e um ventinho torto e meio desajeitado entrando de leve pelas frestas da janela de livro e da porta escancarada de harmonia de sobrinho brincando de ser gente grande, abrindo e fechando, abrindo e fechando e vangloriando-se por conseguir tal feito, tão simples, mas que dizia tanto. Hoje teve respingos de saudades, vontade de abraços e sorrisinhos de canto de boca, meio envergonhados, por pensar em você e querer ainda mais amor e fluentes energias que vem do mar e do céu e dos olhos, nos dias que virão. Hoje eu levantei ainda mais no singular do que no outro dia, hoje eu amanheci amor em carga energética no volume além do brando.