Dormi bem, sonhei bem, respirei bem - tive um pouco de fome na madrugada: fagulhas, apenas - e tudo que compõe o ciclo de calmaria do existir, existiu e esteve presente. Ah, teve poesia também, claro. Senti Manoel de Barros falando baixinho em tons de passarinhos e alegrias de gosmas de lesmas e sorrisos de caracóis e sua solidão de parede. Poesia é força motriz que me levanta e diz a classificação do bicho letra-sentir que sou. Hoje teve sol, poucas vozes, desejo ainda maior de bem e um ventinho torto e meio desajeitado entrando de leve pelas frestas da janela de livro e da porta escancarada de harmonia de sobrinho brincando de ser gente grande, abrindo e fechando, abrindo e fechando e vangloriando-se por conseguir tal feito, tão simples, mas que dizia tanto. Hoje teve respingos de saudades, vontade de abraços e sorrisinhos de canto de boca, meio envergonhados, por pensar em você e querer ainda mais amor e fluentes energias que vem do mar e do céu e dos olhos, nos dias que virão. Hoje eu levantei ainda mais no singular do que no outro dia, hoje eu amanheci amor em carga energética no volume além do brando.
Um comentário:
:o)
Postar um comentário