domingo, 20 de julho de 2014


estar confuso com um peso na cabeça com vontades que beiram abismos
querer viajar andar descalço ver o mar tocá-lo levemente com os pés
distante de casa ler poemas sobre a cidade grande alvoroçada capitalismo
uma espécie de autodescrição das lonjuras que estarei pisando 
com os mesmos pés de mar de conchas de arduras do sol
fugir da realidade agora como quem necessita de "suspiros poéticos e saudade"
verbos no imperativo conjugados com a precisão
de quem quer a vida num ciclo existencialmente cigano desbravador


ou  terminar de ferver a água pro chá de hortelã
e tentar dormir que amanhã a monotonia das coisas

atravessarão os espaços possíveis do comum

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