Pararam na beirada
da janela. Estavam no 4º andar. Cair dali seria instantâneo. Dez minutos depois
saiu da copa da parede de vidro, foi pegar uma coca cola – até porque a tontura
e um certo asco de lugares altos, batiam com frequência. O outro lá ficou,
olhando o céu noturno que lhe falava uma espécie de confissão arredia, dessas
que a gente não segura na boca, as palavras vão saindo feito soluços. Olhava a
cor do silêncio, cheirava as estrelas do futuro ano-luz. Concluiu ali mesmo o
motivo principal de sempre ter admirado as janelas dos edifícios por onde andara. Mas
preferiu estancar a velocidade dos pensamentos e pedi um copo com 2 dedos de vodka
com gelo. então eu Pedi. No intervalo entre a entrega do copo e o fitar intensamente os
olhos do outro projetando uma linha reta de infinito, pensou, entreabriu a boca
e quase soluçou, mas não quis dizer nada pelo menos ali. Com o copo na mão,
começa a tocar na sala do apartamento Por
El Amor De Amar (Necesito Amor) da cantora de voz metálica da Espanha. A
noite ia terminar numa mistura de lençóis, prosa e poesia, era a certeza que
cercava entre paus endurecendo lentamente por dentro da calça.
-Buika, tu
conheces? Trilha sonora daquele filme de Almodóvar.
- Vem
vamos ali,
pego na tua mão,
pulemos juntos
do precipício
que é
a solidão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário