Burocracias
de um corpo em movimento
ao som de Black, Pearl Jam
Às vezes fico pensando que chego a te ferir a pele pelo meu
falar e sentir das formas que sei e transmito queimando os lençóis. Já pensei
em estancar, em atolar-me nos primeiros buracos, já até pensei em quebrar o
celular. Mas só sei ser luminescência, rabo de vagalume ponto cruz no meio do
nada escuro, traçando uma jornada invisível. Às vezes arquejo e digo que
parei-já. E minutos depois tenho a certeza leve e solar de que já estou em você
e por isso não paro, insisto e chego “além do ponto”. Mania doida de procurar, todos os dias, até
mesmo nos mais doloridos. Mania doida de mim, todo dia, encontrar um motivo pra
me derramar em ti. Chupar-te em goles máximos e reger os movimentos dos teus
sussurros te linguando numa forte fome de mar. Pareço mentira e só sei sonhar,
mas prossigo na latência que é o meu querer, que sim, sei, irá resultar em mais
estrelas no céu ou 4 vagalumes, 2 andorinhas, um verão completo, que tal!? Seguirei
com as cartas que ainda te enviarei, com os trechos dos meus romances tristes
e apaixonados de amor e pernas tocando o chão, poesias que viram SMS, nas
películas que não encontro pra download em lugar nenhum, mas que me servirão de
referências indeléveis, fortificante para os olhos, vibrações das mãos nas
teclas do computar (como agora), quando as vir; nos versos e testículos em prosa
que já te escrevi a quilos e tu ainda não sabes. Inspiração? Fome de além, eu
diria. E no final, ou no finalzinho, eles começam a pender, meios xoxos porque
as minhas palavras externas já não conseguem mais aturar o peso dos meus
significados extremos e eu sou bastante grafado no grau absoluto - nunca soube
mentir quanto a isso -, porque sim, apesar de às vezes haver querência em
estancar, sigo-me em tons de abraços fortes, beijos-mais, plural de amanhã.
Um comentário:
verborragia...contágio.
Entredentes,esses desejos que caminham para o ápice e depois para a calmaria verbal, hormonal, poética.
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