Sinto que por dentro uma pequena calma (igual a chuva que
está caindo, fria e simétrica) volta a pestanejar. Sei dos meus abalos sísmicos,
sei perfeitamente quando as minhas placas tectônicas chocam-se, mas gosto mesmo
quando levanto da cama e o dia está nublado e aquele ventinho frio me sopra e,
ao abrir a janela, olhando para o barulho, sinto uma calma que invade boa parte
do corpo. Estou em paz, levantei, desejando o bem a todos, contente por estar
de pé, firme, forte, poesia, todo amor. Posso não deixar claro a todo instante,
mas há tanta gratidão em levantar e amar como se deve que, caso pusesse em
práticas palavrais, me enroscaria em todas as consoantes e só a gagueira e
pausas estranhas sobreviveriam. Por isso que calo, sinto “e tenho em mim todos
os sonhos do mundo”.
Um comentário:
Sem saber o que dizer, entendas que eu não disse nada.
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