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A madrugada foi configurada hoje no level: eu queria
dizer do disco que baixei e que me alegrou, falar sobre o filme lindo que vi
hoje, da possível leitura, dos planos. Brindar, sorrir junto dizendo que tenho
voltado ao meu estado de calma e pequenos sorrisos de antes, crendo que os dias
serão contentes. Que alguma lasquinha de otimismo me chega toda
manhã-madrugada. Queria abraçar forte. Ou pôr um som e dançar de leve, porque
ainda sou tímido pra essas coisas de me mostrar. Acrescentar que estou com saudade
de viajar, de colocar a cabeça pra fora da janela do ônibus, ou estender a mão
e fingir que ela está voando, com a pressa do vento. Mas que também a grana
precisou ir embora por conta, justamente, do tempo em falta. Que perdedor!
Mostrar a dedicatória da monografia. Fazer comida pra matar a fome que veio com
os sorrisos. Jogar vídeo game, amanhecer falando nada e tudo, ao mesmo tempo. Falar
da vontade de possuir uma máquina de escrever e ter os dedos doloridos pra
saber como os meus heróis faziam antes. Ou já ter em mãos a porra do sonho que
tanto quero a concretização que vai me poder fotografar mesmo no escuro, tudo
apagado, experimentando a luz da rua que perpassa a janela do meu quarto. Mas
que também ando farto de só querer e falar e desejar e já ter passado tanto
tempo. E ariano tem dessas de querer tudo na hora e se passa um tempo os níveis
vão baixando e no final a gente brocha. (AAAAArg). Rosno feito um cão ou pulo
de contentamento por sair com o dono pra fazer cocô na rua?
No meio disso tudo sempre esqueço que a minha
mãe dorme muito cedo, meu irmão prefere assistir o esporte em que dois homens digladiam-se
por sei lá o que. E o meu sobrinho (o qual qualquer contato com as palavras é
meramente em vão) prefere abocanhar as suas vítimas em seu quarto, levando os
seus hormônios cheirando a macho alfa para bailar. Os amigos não poderiam estar
aqui hoje e os de fora, já estão offline ou nem acessaram a internet porque
hoje é sexta feira com o sobrenome cerveja. Fico eu comigo mesmo. Impaciente,
ocioso. De lá pra cá. De cá pra lá. Às vezes simplesmente não sei o que fazer e
crio uma terceira perna que não me leva a canto nenhum. E até descobrir, vou
tomar um banho quente demorado, vou me perfumar e me preparar para o próximo
livro. E que fique claro, quero todos brigando pela minha atenção. E
sinceramente, espero que Clarice seja boa de briga. ponho a xícara de chá no
chão.
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