domingo, 27 de novembro de 2011





Sou, pois, de um primitivismo supremo que detém do sentir pelos instintos, porque apesar de amar os olhos dos outros, o que sinto de verdade brota de dentro, dos cinco sentidos que concentro no globo castanho escuro e de pupilas negras quase não visíveis, assim, sem nem precisar enxergar a cor, tamanho ou os cabelos dos outros. Meus olhos cansados procuram bem mais a importância urgente de enxergar-sentindo com a ponta da língua dos olhos, o sabor do brilho e a consistência do bater do coração alheio, a enorme latência em sentir o cheiro das cores que passeiam no corpo do outro, os dentes que aparecem pelo sorriso de verdade que se espalha infectando vários átomos, moléculas, corpos e rostos de vida.

p.s. pontos estes que não são encontrados em qualquer livro, manual de instruções ou programa de domingo à tarde na TV aberta, tampouco adquiridos no mercado, tanto branco quanto negro. Faz muito tempo que aprendi (grifem gerúndio nesta palavra) que dentro dos olhos tem outros olhos, entende?

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