segunda-feira, 20 de junho de 2011



Extremo de mim, balbucio nesse quadrado apertado chamado quarto e me ponho a pensar nas fagulhas que darão origem ao amanhã. Extremo de mim, balbucio, trêmulo, inconstante, pareço frequentar a casa do pessimismo e obsessões de nãos, feito um perdedor de um checkmate constante.
Parece mentira, mas quando há uma duvidazinha que seja, eu aqui, paro e sinto o peso de bigornas e bigornas na cabeça. Então surgem alguns gritos:
Meu Deus, em que momento eu me perdi de mim?;
Por que a fortaleza não habita aqui dentro?;
Meu Deus, é? ser? eu? dor!?
Extremo de mim facilito a fraqueza desistindo de tudo e somente indo ler poesia deitado na cama, chorando fácil, sentindo palavras como as proteínas que deveriam, via oral, habitar em minhas paredes de carnes estranhas.
Extremo de mim, anseio desistir de ser feito de agoras e passar, apressadamente, a constituir-se de ontensdilúvios de forças, prazer em ser, verbos no imperativo e com autonomia o suficiente de existência que não precisem de complemento, nem modificações morfologicamente intrometidas.
Estando eu todo sujo de extremos de mim, perco-me num poço, perco-me de meus olhos, tento alçar voo e dou de cara no chão. Tem como ir assim?
E há dúvidas e inquietações, apreensões em relação às fagulhas do amanhã. E vão sempre existir os percalços e as horas, always the hours. Não sei como o amanhã vai ser, mas ele precisa ser! Enquanto ele não chega, estou aqui, eu, todo extremo de mim, escrevendo como se cortasse o pulso direito.

Bom Inverno a todos!

2 comentários:

sabrina menedotti disse...

eu fico com o pulso esquerdo
sempre manchado
esse excesso,
vai nos levar
além,
ou a quem.

Sampaio disse...

Extremo demais!