terça-feira, 12 de abril de 2011

Carne-viva



Eu possuo dentro de mim, uma quantidade absurda de palavras moldadas pelo silêncio bruto, em seu estado poeticamente realizável e pronto para ganhar o mundo das coisas tortas e ditas "sentíveis". Mas que, no plano carnal, a carne crua (de mim), faz-me um mal danado.
Poesia corta e sangra por dentro, praticamente no mesmo instante. Por dentro, mesmo sangrando e arquejante, é satisfatório, pois algo ganha vida, mesmo o "algo" sendo coisa e a coisa sendo eu. 
Por fora: é-se, às vezes, indefinido, pois, eu sou ser de dentro e minha casca, quando não revela a minha solidão cabal, através dos meus olhos pra baixo, somente é uma casca que anda, nada mais.
Os monstros e fadinhas e diversos e diversos mundos e amores, estão por dentro -  costurados nos músculos, emaranhados nas veias -  e esses sim, sangram a todos os instantes, sejam eles mudos, falantes, breves ou bravos.

Escrevo aqui, em carne viva!

Nenhum comentário: