terça-feira, 11 de maio de 2010

A Single Man, de Tom Ford, 2009.



A experiência de sentir tanto uma obra cinematográfica só tinha acontecido uma vez, uma única vez, com a obra prima AS HORAS. Mas, na noite de ontem, na madrugada silenciosa, cismei em ver A Single Man (traduzido como O Direito de Amar), de Tom Ford, 2009, que me fez sentir, pela segunda vez, o absorver de cada olhar, diálogo e sensações vividas por personagens, numa ficção. E eu, que já não estava muito bem das pernas e da alma, fiquei ainda mais inerte e silencioso ao contemplar tamanha exposição de sentimentos num só filme.

Colin Firth (particularmente amado por mim e agora venerado por essa atuação) vive o professor George Falconer, um homossexual, solitário, que conta apenas com uma amiga, Julianne Moore, e lembranças do companheiro que morreu num acidente de carro, o assombrando e revivendo a dor da perda minuto a minuto.


 
O filme se inicia com George fazendo uma reflexão sobre o vazio que é acordar e viver todos os dias. O amor ainda é insistentemente presente, e por vezes, ele não sabe como caminhar. Quase nada faz sentido e sua única vontade é poder sumir, tentando ter coragem e forças para poder puxar o gatilho do revólver ... e além de tudo tem que viver sob a mira de vários relógios marcando o tempo que parece não passar. E doí.


Filme incrivelmente tocante capaz de nos fazer sentir tudo o que o personagem principal está sentindo. Maravilhosamente bem dirigido, perfeitamente bolado no que diz respeito ao roteiro, figurino, fotografia e, ai ai meo deols, à trilha sonora de Abel Korzeniowiski que já me tem tocado faz tempo. Sensação igual eu só senti na angústia de Virginia Woolf, em As Horas.

Enfim, super recomendo essa outra obra prima e espero, sinceramente, que todos sintam.
O filme já se encontra perambulando pela internet, caso alguém fique na vontade é só clicar aqui e conferir.
E lembando também que o filme é baseado na obra de mesmo nome de Christopher Isherwood. Sim, corri atrás e consegui comprar por um precinho em conta. Assim que ele chegar e eu puder ler, postarei um comentário a repseito do livro, que espero eu, me marque tanto quanto o filme marcou.

p.s. deleitem-se.


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