terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Página: perdida e sem vontade de ser divulgada.

Sou um corpo mudo e quente, completo desorientado que pecou ainda mais por amar. Meu corpo é latência em estado bruto, queimando o coração, ardendo por dentro e por fora. É latente como as cores das Irises pintadas por Van Gogh ou o peso do reflexo sobre a existência malditamente pensada e dolorosamente escrita por Clarice Lispector. O que sobra de tudo, no final de cada sessão, são partes mínimas de mim. Estou morto faz tempo. Nada sei, tudo sinto. Conclusão do todo: sou agora o mesmo de antes, o que mudou só foram os acréscimos de intensidade. Sou todo descolorido e me destaco no palco pelos olhos fundos de desgraçado e a atuação mais verossímil sobre o não possuir nada dentro de si. E uma de minhas falas é: “Oh Deus, o que resta agora senão só dor e caminhar vazio?”

Um comentário:

Ariane disse...

"Nada sei,tudo sinto"

Frases desse calibre: simples e belas,fazem com que eu reflita muito. Adoro isso,adoro quando você abusa da simplicidade bem elaborada. E essa imagem,aaah essa imagem... sou apaixonada. Beijos,querido :*